A bola mal rolava, os miúdos estavam encharcados até granizo caiu no campo.
Os meus miúdos lá entraram no campo depois de um aquecimento ligeiro no qual o objectivo era não permanecer muito tempo em campo com aquelas condições climatéricas.
Alguns exercícios de técnica individual, posse de bola e concluímos com velocidade (3/4 sprints).
Sem a bola rolar era para nós muito difícil jogar como treinamos.
Era muito difícil mas fazia sentido tentarmos fazer as coisas de outra maneira?
Não sou daqueles que acredita nas fórmulas mágicas!
Muitas vezes dizem-me tenta fazer isto porque aquele miúdo faz bem e mete o outro naquela posição. A minha resposta é sempre a mesma: “Já treinamos isso? Então não vamos fazer”.
O jogo é um ficha de avaliação para o trabalho da semana mais importante que a vitória a qualquer custo é a evolução dos miúdos.
Voltando ao jogo de sábado como sou crente no meu trabalho, pedi aos miúdos para jogarmos como treinamos.
E não é que mesmo com as dificuldades inerentes ao terreno, sempre que possível a bola circulou, fizemos 2 golos de belo efeito de remates fora da área e criamos imensas situações de golo mas sofremos 2 golos através de contra-ataque.
O resultado final é enganador, 2-2, da qualidade do futebol apresentado pelas duas equipas.
2 comentários:
Este fim de semana esteve mesmo incrivel, nem quero imaginar quem teve de jogar em pelado.
Muito bem nas decisões de não "ceder a tentação" de ir pelo caminho "mais facil" e focar as coisas na aprendizagem dos miudos.
Era importante que mais pessoas pensassem dessa maneira.
Abraço
Olá Bruno!
Antes de mais parabéns pelo blog, está muito interessante.
É curioso ler este teu texto, pois deparei-me com uma situação identica.
Na minha equipa joga-se futebol pelo chão, de pé para pé, com muitas variações de flanco, muito um para um, muita inter-ligação entre sectores (escolas de fut11).
É uma forma complexa de jogar, talvez não seja a mais propícia para conquistar títulos..mas os resultado tem sido surpreendente, um futebol vistoso e inteligente.
Jogamos em condições muito complicadas, pensamos se seria boa ideia tentar jogar directo (basicamente no chutão como 80% dos nossos adversários jogam).
Decidimos não o faze-lo. Decidimos manter-nos fieis á nossa identidade.
Aos 5 minutos da 2a parte estavamos a perder 2-0, mas a fazer um grande jogo, ao ponto de na bancada os nossos adeptos estarem a gritar futebol, futebol, futebol como que dizendo que apesar de estarmos a perder estavamos a jogar bom futebol ao contrário do adversário.
Nos ultimos 20 minutos os miúdos galvanizaram-se, acabaram com as forças do adversário e em 10 minutos viramos o resultado para 3-2.
Vencemos o jogo.
Quando nos juntamos apenas lhe disse: Hoje o futebol saiu a ganhar. Fomos fieis á nossa identidade, procuramos jogar bem (apesar das contrariedades) e saimos conquistadores!
Conclusão: Apesar de serem possíveis fazer ajustamos ligeiros para tornar o nosso futebol mais adequado á realidade que encontramos (seja climatérica, seja em relação ao relvado ou pelado, etc), creio que acima de tudo devemos tentar ser fieis ao nosso modelo de jogo. E sobretudo ser fieis ao "formar", ou seja procurar um futebol complexo e trabalhado e não pensar no chutão e na força física para conquistar títulos.
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