terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Gestão Desportiva - FC Porto

“Blackout traduz-se na recusa por parte de uma organização em deixar passar a informação para o exterior. No mundo do desporto, joga-se entre três protagonistas fundamentais. Os promotores do espectáculo desportivo, quer dizer, os clubes ou seus representantes, os media que divulgam o espectáculo e os patrocinadores que o financiam. Se esta relação tivesse só a ver com a racionalidade económica, não haveria grandes problemas na medida em que o jogo das partes seria de soma positiva. O problema é que o blackout tem, também, a ver com lógica do desporto que é caracterizada por ser uma situação de confronto de soma nula.” Página 94 in Agôn – Gestão do desporto – o jogo de Zeus, Gustavo Pires.

Este foi um instrumento utilizado pelo FC Porto, oficialmente pelo plantel, evidentemente com, pelo menos, a concordância da direcção da SAD.

Comunicado do plantel do FC Porto – 04-01-2010
No seguimento do tratamento jornalístico que normalmente lhe é dispensado pelo jornal A Bola e após cúmulo da falta de rigor e isenção que marcou a edição de 3 de Janeiro, no que concerne a ocorrências após o jogo no Estádio da Luz, o plantel do FC Porto decidiu não voltar a prestar declarações a este diário desportivo ou em eventos nos quais jornalistas da publicação em causa se encontrem presentes. Esta medida tem efeitos imediatos.”
Fonte: www.fcporto.pt

O uso do blackout significa duas coisas: a necessidade de união interna e a identificação de um adversário externo.

A época 2009/2010 ganhou em competitividade desportiva pelas prestações de Sp. Braga e SL Benfica fazendo com que o FC Porto se esteja a deparar com maiores dificuldades para garantir o tão ambicionado penta.

Admitindo que o plantel desta época chega a Janeiro com maiores deficiências que em épocas transactas, não só pela qualidade dos membros do mesmo como também pela ainda não conseguida adaptação do modelo de jogo a estes, como diria L. Freitas Lobo “No final de 90 minutos no Dragão, o jogador mais falado já não joga no FC Porto, Lucho Gonzalez”, os órgãos de gestão do clube e da SAD têm um trabalho mais exigente pela frente.

A questão é, até que ponto está identificado o adversário externo, ou a estratégia será combater em várias frentes?

Inicialmente, o blackout aos jornalistas do jornal A Bola pelo que escreveram sobre o túnel da Luz, posteriormente ataque às arbitragens dos últimos encontros onde existiram erros dos árbitros para os dois lados não sendo evidente que o FC Porto não conquistou os pontos pretendidos por esse motivo, ultimamente o líder, um dos maiores gestores desportivos do país, Pinto da Costa ataca através de insinuações de corrupção desportiva que será efectuada pelos encarnados.
Não esclarece se Sp. Braga ou SL Benfica, presumindo porém que o eterno rival será o alvo até porque utilizando os 25 anos da morte de Pedroto o mesmo Pinto da Costa ressuscitou a famosa expressão utilizada por Pedroto: “Os roubos de igreja” acrescentou Pinto da Costa “…quando íamos a Luz. Infelizmente, hoje ainda são actuais.”

Parecem identificadas pelos próprios as dificuldades e carências do plantel contudo admiti-lo publicamente seria fragilizar a estrutura, externamente o alvo parece ser o SL Benfica.

Em Maio terminaram as competições de clubes e teremos o epílogo desta época até lá muito se escreverá sobre gestão desportiva e muitos serão os instrumentos que todos os intervenientes nas competições nacionais e europeias utilizaram para obter sucesso.

O blackout parcial, apenas aos jornalistas do jornal A Bola, dura a 15 dias contudo através de outros órgãos de comunicação social o mesmo clube lança ataques ao exterior através dos seus responsáveis.
Comportamento contraditório ou o libertar os jogadores de pressão externa ou na realidade existem diferentes alvos para abater?

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